Pedaços de Mim
Precisava juntar meus pedaços, escolhi as palavras...
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HOMENAGEM AO POETA ( DIA 20 DE OUTUBRO)
 
Nesse dia especial dedicado ao poeta, quero primeiramente voltar ao passado. Por quê? Porque foi exatamente lá, quando criança, que descobri  meu amor à poesia lendo e relendo o livrinho “As mais belas poesias” em casa ou na escola. Foi lá nesse passado que conheci o poeta Olavo Bilac e suas “Velhas Árvores”, o primeiro soneto que li na vida e que me fez apaixonar por esse gênero rico em rimas e rigidez. Aliás, essa, foi uma marca registrada de Olavo Bilac já que fazia parte do Movimento Parnasiano que valorizava a formalidade da poesia. Então Olavo Bilac me seguiu pela vida. Para saber mais sobre ele vá até o link: http://www.e-biografias.net/olavo_bilac/
 

Velhas árvores
 
Ó estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
 
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos alteiam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
 
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
 
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem.
Olavo Bilac
 

Foi também lá nesse passado que conheci a poetisa Cecília Meireles e me encarnei na sua bela poesia “Ou isto Ou Aquilo” (rsrsrs). O fato é que sempre fui uma pessoa indecisa. Só que eu não sabia isso naquela época.  Também ela me seguiu pela vida e quando me formei em Pedagogia em 2011, foram dela as últimas palavras que proferi em meu discurso e fui imensamente aplaudida. Para saber sobre ela acesse o link: http://www.e-biografias.net/cecilia_meireles/
 



Ou Isto ou Aquilo
 
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
 
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
 
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
 
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
 
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
 
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
 
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
                      Cecília Meireles
 

Com o tempo meu amor à poesia cresceu e foi quando ousei escrever meus próprios versos.  Acho que, de alguma forma nasci poeta, se puder ser considerada assim porque eu tinha um jeito especial de ver o mundo.  Então conheci outros poetas clássicos e me apaixonei. E também me apaixonei cada vez mais pela poesia.
Então, nesse dia especial dedicado ao poeta acho que diria exatamente o que nos disse Florbela Espanca em teu soneto logo abaixo. Decerto não é por falta de palavras, mas porque acho que ela me roubou as palavras (rsrsrs).  Florbela tem razão ao dizer que “ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens!” Sim porque o poeta tem algo maior que é essa coisa de alma. Ele por exemplo, cria alma, para tudo que vê. Para o poeta, uma folha seca que cai, tem alma e, o simples fato de desprender-se dos galhos e pousar na terra é algo poético, algo que o homem comum nem se daria conta. Quem é poeta sabe disso e sabe que tenho razão.
Encanta-me os martírios da Florbela em seus sonetos.  A gente percebe em teus versos, e de fato, como delineia sua biografia, a sua vida foi repleta de lutas íntimas. Ela me inspira em alguns momentos.  Então acho que ela é minha poetisa clássica preferida. Saiba mais sobre essa poetisa no link: http://educacao.uol.com.br/biografias/florbela-espanca.jhtm
 


SER POETA


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


Florbela Espanca
 
 
 
 Amo também o poeta Fernando Pessoa, primeiro porque ele foi uma mistura de muitos sentimentos. Em razão disso teve diversas facetas escondidas em seus heterônimos. Mas prefiro o Fernando Pessoa mesmo, aquele que disse categoricamente que o poeta é um fingidor. Ele foi verdadeiro em suas palavras e eu admiro essa sua capacidade de admitir. Mas penso que o poeta não é necessariamente um fingidor, mas um subversor. Mas no sentido de subverter a ordem de seu próprio pensamento. Eu imagino essa subversão como a voz da alma.  E adoro essa coisa de subversão (rsrsrs). Não me levem a mal porque na poesia, essa subversão é até positiva porque leva, inclusive, o poeta a se colocar no lugar do outro.  E o mais bonito: ele consegue fazer isso também com o leitor. Inclusive levá-los a devaneios. E Fernando Pessoa fala exatamente disso nesse seu poema “AUTOPSICOGRAFIA”.  E para isso, então, o poeta inventa, imagina situações...   O poeta não tem jeito...   Ou tem... Não sei ao certo... Ou talvez até saiba já que me meto a escrever poesias(rsrsrs).  Bem, para saber mais sobre esse poeta acessem o link: http://www.e-biografias.net/fernando_pessoa/



AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Fernando Pessoa
 
De um modo geral, penso que o poeta é alguém perdido no tempo, ou que se encontra no tempo. E faz tudo, ao mesmo tempo. Até desperdiça tempo. É alguém que cavalga, anda,corre,veleja, voa, tropeça, cai...  Mas o mais bonito é que leva muitas pessoas consigo nas asas da poesia.
Nesse dia, além de relembrar meus poetas clássicos preferidos e homenageá-los, homenageio também a todos meus amigos poetas aqui do Recanto.  Eles são também meus inspiradores, cada um com seu estilo que reflete esse ser que, como disse a Florbela, tem fome e sede de infinito ou condensa o mundo em um só grito. E como ouso fazer parte desse grupo deixo aqui também meu poema que diz exatamente o que sou ou tenho a pretensão de ser:
 


SOU POETISA

 
Voejam pássaros no céu,
minh’alma vaga ao léu
procurando a felicidade
nas asas de meus sonhos,
na poesia que componho
sonhando a eternidade.
 
E assim, a duras penas,
em madrugadas serenas
crio minhas doces rimas;
palavras que o vento trás
e minha inspiração refaz
em minhas horas mais ínfimas.
 
Entre tantos desencantos
vou vertendo meus prantos
em minha poesia alada
que suga meu vago ar,
penetra ondas de meu mar,
hora em versos, ora calada.
 
Sônia de Fátima Machado Silva
 
 
Salve o poeta nesse seu dia, esse artífice de uma das sétimas artes tradicionais: a poesia, a linguagem humana que transcende o real ou mundo fático e é justamente isso que compete ao poeta. 



(Imagens 1,2, 3 e 4: google- 05 eu)

 
Sonia de Fátima Machado Silva, Olavo Bilac, Cecília Meireles, Florbela Espanca e Fernando Pessoa
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 19/10/2013
Alterado em 19/10/2013
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