Pedaços de Mim
Precisava juntar meus pedaços, escolhi as palavras...
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Textos


 
SÓ O VENTO...
 
Vergam as brancas frondes
sob o peso do vento e da neve...
Eu vergo de saudade...
Onde estás? Porque te escondes?...
Se até esse vento me descreve
teu vulto frio pelas tardes...
 
Pelos tristes nevoeiros...
Pelos descampados brancos...
Pelos solitários penhascos...
O cume dos pinheiros...
Vales e barrancos...
Pelas sobras de vinho... Dos frascos...
 
Me embriago desesperadamente...
Ah! O meu limite é esse gelo
donde escapa minha solidão...
E a miragem que não mente
as planícies alvas... O meu apelo...
Mas o horizonte... É uma ilusão?...
 
Esses túmulos de cristal...
Esses fantasmas acordados...
Essas velhas catedrais...
Em meio ao cipoal,
inóspitos e perpétuos, malgrados
do tempo e dos ais...
   
Há no espírito o luto...
Invisível são as horas
disfarçadas num véu de brumas...
O inverno é tão astuto!
E feito legião de lobos devora
de mim até as plumas...
 
As réstias de dignidade...
O derradeiro consolo...
A acerba lembrança
que é quase uma fraude;.
a punição por um dolo
que me fere feito lança...
 
Tu não vens... E só o vento passa
pelos postigos das janelas.
A esperança de uma luz, avara,
ainda dorme pelas massas...
Tão brancas! Só, fito as aquarelas
de um inverno que me desampara...
 
 
 

 

 
Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 12/08/2014
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