JARDIM DE INVERNO
Não há ninguém no jardimsenão o inverno; e suas brumas desveladas...Um fantasma branco e frio...que insiste em ficar até no rocio;em suas gotas solitáriassobre os ramos desnudos e trêmulos...E até o jasmimperdeu o brioe secou as pétalas de cetim.
Não há ninguém no jardimsenão o vento;e seu sopro gelado e cortante...Um fantasma invisível e ligeiro...que insiste em desnudar os galhose esconder as folhas pelos cantos dos velhos muros...E até o carmimdas flores e seu cheiroanunciam o fim...
Não, não há ninguém no jardim,pois essa é a horadas folhas caídas, das flores secas...a hora em que a terra despojoudo seu ser a ceifa d’ ourodos verdes anos... e a verduracolhida jaz n’alma;nos cálices do festim, cujo vinho sábio derramouem salmos de Querubim...
Mas como não há ninguém no jardimresta-me colher o frio...e cobertas pela névoa,as flores brancas entre os canteiros;os espinhos que me conduziram à dor, talvez...E depois cruzar os caminhos medievaiscarregando a dor da solidão aguda,mas vestindo a pureza do marfim...e a leveza dos mantos sobranceiros caírem sobre mim...
( Imagem google)
Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 27/06/2014