Pedaços de Mim
Precisava juntar meus pedaços, escolhi as palavras...
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Textos

IMAGEM PRÓPRIA: nossa fazenda

Presença de Deus
 
 Um dia em uma reflexão descobri
Que nosso Deus está na natureza,
Que Ele esconde a sua realeza
Nas afoitas asas de um colibri.
 
Ele está também no sopro do vento
Que vem, ora do norte, ora do sul;
Passeia pelo límpido céu azul,
Trás nas folhas seu doce acalento.
 
Sua mais pura e singela verdade
Está na inocência da criança,
Olhar de luz que aviva a esperança.
 
Ele está na menor da existência,
É somente íntegro amor a essência
Que se derrama sobre nosso ser.
 

 

IMAGEM PRÓPRIA: antiga cerâmica em minha cidade

“Realidade...”
 
O “velho” se perdeu... O “novo” fenece
A cada inovação e acontecimentos;
O ser humano corre e só padece
Para estar a par dos novos inventos.
 
Se nada é mais novo, logo se esquece;
Deixa-se conduzir sem argumentos;
A publicidade só causa estresse
E o nosso “eu” perde-se em abatimentos.
 
A revolução nada muda e aquece
A riqueza... e a pobreza fortalece,
Levada pela ilusão e sem alentos.
 
A realidade é só alumbramentos;
A mídia cobra e dá os acabamentos;
E a dignidade, aos poucos, apodrece.
 
 
 (Inspirado no soneto 59 de William Shakespeare)


 

IMAGEM PRÓPRIA: recanto de minha infância

Lágrima e saudade

 
Se me ponho hoje a cismar o passado
É porque lá fui feliz e querida;
Parece que partiu os anos dourados,
Ficando perdidos em outra vida.
 
Foram tantos os mares navegados;
Em algum porto me encontrei perdida
Enxugando meus olhos magoados,
Lamentando uma dor tão dolorida!
 
Chorei tanto... e os olhos arroxeados
Enxergam somente dias nublados
Por uma lembrança que jamais finda.
 
Os dias passam por mim apressados
E a realidade é tão vaga e fingida!
De lágrima e saudade guarnecida.
 
 
 

 


IMAGEM PRÓPRIA: entardecer na nossa fazenda

Crepúsculo
 
A sombra da tarde cai lentamente!
Cai... Desfraldando seu véu devagar
Na ourela coralina do poente!
A fonte parece silenciar...
 
A brisa soluça tão docemente!
Sinto orações de salmos pelo ar.
Chora a natureza calma e luzente,
E adormece morosa a serenar.
 
As folhagens parecem adejar...
Na despedida do dia que se encerra
São como asas das aves a ruflar.
 
Ave-Maria... Lá longe na serra
O céu vai perdendo sua cor de âmbar;
As estrelas surgem fitando a Terra!
 
 


ùltimos sonetos do volume SONETOS AO VENTO, quando estava tentando aprender ainda esse gênero poético lindo, mas mega dificil

 




 
Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 29/03/2021
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